quinta-feira, 13 de maio de 2010

Rally de Portugal está aí a chegar!


Rally de Portugal está aí a chegar!

É preciso mostrar que merecemos a manutenção no WRC

Quando esta edição chegar às mãos dos leitores faltarão menos de uma semanas e picos para o arranque do Rally de Portugal edição de 2010.

Já muito se tem falado, e nunca será demais fazê-lo, sobre a importância que a Federação Internacional do Automóvel (FIA), dá à segurança nas provas.

Portugal, que no passado tinha uma péssima reputação em relação ao comportamento do público, soube dar a volta por cima e mostrar ao Mundo que somos mais bem comportados do que espanhóis, franceses ou italianos, tendo sido motivo de rasgados elogios por parte de todos os observadores internacionais acerca dos progressos alcançados nessa matéria.

Agora meus amigos está mais uma vez na hora de demonstrar-lhes que o civismo impera e que, para nosso próprio bem, estamos à altura de receber um evento desta importância.

Para que tudo isto resulte temos de ser polícias de nós próprios e do vizinho do lado. Os “marshalls” estão lá no terreno por imposição das normas internacionais, mas temos o dever de deixar que eles passem desapercebidos mantendo a nossa postura e comportamento de modo a que eles nem tenham que actuar.

Como este assunto já foi batido e rebatido, chamo também particular atenção a um facto de que raramente se fala.

Se nos troços o comportamento do público é merecedor de elogios, às vezes o mesmo não se pode dizer do seu comportamento na estrada. E é aqui que a comunicação social tem um papel pedagógico muito importante.

O ano passado ficou infelizmente marcado por um acidente numa ligação entre um concorrente e um veículo estranho à competição. São os imponderáveis duma prova desta natureza dirão alguns, mas é preciso que daqui sejam tiradas outras ilações.

A carga de adrenalina que está associada a uma prova deste género é muitas vezes transportada para dentro de certos espectadores que, quais Loeb’s deste país, se deixam levar por euforias desmedidas pretendendo quiçá demonstrar que poderiam fazer o mesmo que os seus heróis.

É particularmente a esses, e no geral a todos, que gostaria de me dirigir relembrando-lhes que os concorrentes têm estradas fechadas ao trânsito e estão nos seus carros para exactamente demonstrar que são os mais rápidos.

Ao cidadão comum, e por ser dia de rali, é-lhes exigido que mantenham por norma as regras do código da estrada.

Sempre que possíveis tentem fugir às estradas que servem de ligação entre troços, e sempre que não houver alternativas viáveis, tomar cuidados redobrados na sua condução pois em qualquer momento podem estar a cruzar-se ou a ser ultrapassados pelos competidores.

É perfeitamente irracional tentar fazer corridas nos sítios onde não se pode.

Nas deslocações entre troços tenhamos sempre em mente de que também nós somos parte da festa e como tal não a devemos estragar.

Perto dos troços há também que demonstrar civismo no que diz respeito ao estacionamento de viaturas tendo em mente que, se ocorrer qualquer acidente ou incidente, é forçoso que haja caminho livre para a passagem de veículos de socorro e que os mesmos não fiquem trancados pelos espectadores de última hora, que não pensando em mais nada que seja ver a prova deixam os seus carros parados onde calha. Não é fenómeno inédito ver carros ocupando a estrada só porque as bermas já estão lotadas.

Uma ida atempada para as zonas espectáculo será sempre uma regra a não esquecer fazendo mais uma vez com que o papel das forças de segurança seja apenas de aconselhamento e não de imposição da autoridade.

Vamos então, e como disse no início, mostrar que merecemos ter uma prova desta dimensão, contribuindo com o nosso esforço para mantê-la por muitos e muitos anos para alegria de todos pois não nos podemos esquecer que, para além do interesse desportivo da prova, esta é também uma fonte importante de rendimentos a certas localidades que de outra forma não os teriam.

Toda a “mole humana” que acompanha o rali traz dividendos sempre apetecíveis ao barrocal algarvio tão carenciado deles.

Que venha então a festa, com serenidade, cautela e entusiasmo comedido evitando excessos.

Saudações desportivas

(Zé Gonzo - "Fanáticos do Rally")

Nota: artigo a publicar no “Noticias de Albufeira”, edição de 15 de Maio 2010


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